ChatGPT, Elon Musk e o pessoal do Twitter não gostam do home office
E o que a gente pode pensar sobre isso...
Nos últimos dias, conversei com bastante gente sobre o modelo de trabalho em casa, já que parece que todo mundo resolveu ter uma opinião (estranha?) sobre o home office.
Não é novidade que os grandes empresários não são fãs (e nunca foram, na verdade — só abriram uma brecha durante a pandemia, pois era a única solução naquele momento).
Portanto, honestamente, eu não me surpreendo que pessoas como Elon Musk e Sam Altman sejam contra. Tem toda uma construção que favorece o controle quando as pessoas estão no escritório, né?
Mas, fiquei pensando, o Sam Altman, fundador do ChatGPT, quer que os funcionários estejam no escritório para que mesmo? A ideia não é que a Inteligência Artificial faça todo o trabalho sozinha? (Doses de ironia aqui).
O que me assusta mesmo é ver um pessoal classe média, assalariado, CLT — gente que precisa trabalhar para viver — comprando essa ideia de que o home office vai prejudicar a sociedade. Em algum momento eu até pensei: será que esse pessoal tá fazendo publi do trabalho no escritório?
Daí você vai dizer: mas Marcia, nem todo mundo gosta de home office, tem gente que gosta de ir pro escritório, e eu vou concordar 100%. Tem sim, e eu já compartilhei em muitos lugares que não acho que o home office seja bom para todo mundo. Eu poderia listar rapidamente pelo menos umas 10 situações de vida em que as pessoas preferem ir pro escritório.
A confusão para mim mora em: você gostar de ir pro escritório não obriga você a ser contra o home office. Faz sentido? As vagas com possibilidade de trabalho remoto irrestrito (aquelas que dá para morar em qualquer lugar) já diminuíram muito e o que estamos vendo agora é o home office sendo oferecido como um benefício, mas querendo manter o funcionário por perto, garantindo que dá para convocar uma reunião presencial se for preciso. Ainda assim são a minoria!
Então, se você gosta da interação do escritório, se, por qualquer razão que seja, prefere o trabalho presencial ao home office, acho que a saída é buscar uma empresa que não ofereça home office, certo? Pode confiar, tem muita opção, é onde está a maioria das vagas.
O que não dá (pra mim, né?) é ver funcionário levantando a bandeira CONTRA o home office, quando, na verdade, esse movimento é dos chefes/líderes/patrões.
O meio corporativo quer de novo ter controle sobre o funcionário, sobre os horários, garantir uma exclusividade de trabalho e um ponto importante: conseguir pressionar/abusar sem deixar rastros, coisas que geralmente só uma conversa presencial proporciona.
CEO quer ver o escritório cheio
Durante o Fórum Econômico Mundial, em Davos, o CEO do Morgan Stanley, James Gorman, assumiu uma postura dura contra a tendência cada vez mais popular do trabalho remoto.
“[Os funcionários] não podem escolher sua remuneração”, disse ele. “Eles não podem escolher sua promoção, e também não podem escolher ficar em casa cinco dias por semana.” Outros CEOs de alto nível fizeram declarações semelhantes.
Alguns CEOs e executivos temem o pior com os funcionários em home office, mas até agora parece que esses temores são infundados. Com a liderança e a mentalidade certas, é possível desenvolver uma cultura forte em empresas híbridas ou totalmente remotas, integrando os canais de comunicação, operações internas e fluxos de trabalho necessários. Temos vários exemplos de empresas queridinhas dos home officers <3.
Então, na próxima vez que você encontrar alguém dizendo que o home office tem que acabar, bora sugerir que ele acabe só com o dele, e deixe o resto da galera em paz!
Concorda? Discorda? Quer complementar com alguma coisa? É só responder esse e-mail :)
Um abraço,
Marcia Breda
Se você gosta da News do Adoro Home Office, que tal compartilhar com um amigo?