Home office nem sempre é tudo
Eu moro em Porto Alegre, cidade que foi severamente afetada por uma enchente agora no mês de maio. Você deve ter visto muitas notícias sobre Porto Alegre e sobre muitas outras cidades do Rio Grande do Sul que foram atingidas. Foi horrível e ainda está sendo. Muitos conhecidos perderam tudo, alguns amigos ainda não conseguiram voltar para casa.
E uma ideia recorrente que me perseguiu esse mês foi que quem não foi afetado diretamente pela enchente, e fazia home office, estava sendo cobrado a ter uma produtividade padrão, já que trabalha em casa.
A galera sem luz, sem internet, mais de 10 dias sem água, precisando trabalhar normalmente, como se nada estivesse acontecendo. Especialmente quem tinha entregas/clientes/empregadores de outros estados.
Compartilhei um relato de uma pessoa que foi obrigada a ir presencialmente ao emprego, ainda durante o período de chuvas e cheias, em outra cidade. Que loucura! Que falta de empatia.
Além dos problemas físicos, como a falta de energia elétrica e de água potável, a questão da saúde mental é um fator crucial. Vivenciar uma catástrofe climática e suas consequências é extremamente estressante e pode desencadear ou agravar problemas psicológicos, como ansiedade e depressão. No entanto, a expectativa de manter a produtividade e a normalidade no trabalho remoto ignora completamente esses aspectos.
E o impacto das catástrofes ambientais não se limita apenas às inundações. Vivemos em uma era em que desastres como incêndios florestais, terremotos e furacões, estão se tornando mais frequentes e intensos. Esses eventos podem destruir infraestruturas, deslocar comunidades inteiras e criar um ambiente de incerteza e insegurança. Nesses momentos, a prioridade das pessoas é a segurança e o bem-estar de suas famílias, e não a manutenção de prazos e metas de trabalho.
Portanto, é fundamental que empregadores e colegas de trabalho reconheçam essas dificuldades e ajam com empatia e compreensão. Flexibilidade nos prazos, suporte emocional e logístico e uma comunicação aberta são essenciais para que as pessoas possam lidar com suas circunstâncias pessoais sem a pressão adicional de manter um desempenho profissional impecável.
A pandemia de covid-19 nos ensinou muito sobre a importância de cuidar da saúde mental e física, e sobre a necessidade de adaptar nossas expectativas e práticas de trabalho. É hora de aplicarmos essas lições e entendermos que o home office, embora seja uma ferramenta poderosa, não resolve todos os problemas. A verdadeira solução está em cultivar uma cultura de trabalho baseada no apoio mútuo, na flexibilidade e na empatia.
Um dos próximos encontros do Clube do Home Officer vai ser com uma psicóloga, pra gente debater sobre esse tema! Se você chegou até aqui e gosta do meu trabalho, considere participar do Clube do Home Office.
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Um abraço,
Marcia Breda